quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ius abutendi, Ius fruendi.

Segundo o CM apurou, pelas 05h10, uma carrinha do Corpo de Intervenção – do dispositivo que está a reforçar o policiamento no Algarve durante o Verão – regressava do centro de Lagos para a escola onde os agentes pernoitam quando se depararam com um automóvel a contornar uma rotunda em sentido contrário. Os agentes evitaram a colisão e de imediato deram ordem de paragem ao condutor.
O jovem, de 24 anos, acusou 1,51 g/l no teste de álcool, pelo que foi detido por condução perigosa e sob efeito de álcool. Na esquadra, o jovem, filho de um procurador do Ministério Público (MP) e de uma juiza, ambos colocados na Grande Lisboa, não requereu a contraprova e foi posto em liberdade, notificado para se apresentar no Tribunal de Lagos pelas 10h00. Já de manhã, os agentes foram até ao tribunal enquanto testemunhas – como diz a lei – mas logo às 10h00 foram dispensados pelo procurador do MP. O arguido acabou por chegar já depois das 11h30 e foi presente a um juiz. Fica por ouvir a versão dos agentes.
Os dois amigos do condutor que seguiam no carro têm a mesma idade. No lugar do pendura, ia o filho de Ferreira de Almeida, secretário de Estado do Ordenamento do Território quando Isaltino Morais era ministro do Ambiente.
O jovem terá mostrado “renitência em sair do veículo quando tal lhe foi solicitado, alegando que não eram criminosos perigosos e que a polícia não tinha legitimidade para tal”, disse ao CM fonte da PSP. “Aparentemente alcoolizado”, o filho de Ferreira de Almeida terá sido forçado a sair do carro e, ao sair, “caiu ao chão e magoou-se num pé”. Também foi à esquadra de Lagos e fez queixa contra os agentes que o obrigaram a sair do veículo.
Fonte sindical disse ao CM que “é triste ver os agentes cumprirem o seu dever e depois serem acusados por aqueles que praticaram crimes”. Segundo o CM apurou, os agentes visados – desconhece-se o número – pela acusação de abuso de autoridade vão agora ser alvo de um inquérito de averiguações interno e de um processo judicial complementar a este.
O pai do jovem detido pela PSP é procurador de um Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) recém-criado pela Procuradoria-Geral da República na Grande Lisboa.


Correio da Manha

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