quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Felizes os que acreditam sem ver.

A Sociedade está do avesso. O Manuel levanta-se para trabalhar e já pensa se no dia seguinte ainda terá emprego. A Maria conta os trocos que sobram até ao fim do mês para comer. A fila no centro de emprego estende-se. O Sr. Victor depois da feira leva a Ana para levantar os 2000 de subsídio de reinserção social. A Mariana mal tem pintelhos e já se acha uma mulher. O João quer muito mas consegue pouco. A Joana engana-se e parte o coração. O Pedro é assaltado em plena luz do dia ao deslocar-se para a escola e a multidão finge não ver. O mesmo se passa no metro com o Alfredo. O António chega a casa depois de mais um turno complicado e pergunta-se se foi esta a profissão que escolheu. O vizinho no 9.º andar mete a música aos berros. Governos que silenciam… Coisas do dia-a-dia, coisas que alguém já ouviu num grupo de amigos, numa conversa de café, numa sala de espera, coisas que não passam de coisas, coisas que todos olham e ninguém vê, coisas que ouvi, coisas que me fazem bater na mesa e gritar, gritos que ninguém ouve, gritos que criam blogues. Sendo eu por natureza um Revoltado, tive vontade de chegar mais longe e assim aparece este blogue, do querer ser ouvido.

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