quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Zacatraz



Ainda me lembro do momento em que uma mama foi pela primeira vez à escola dizer à professora que não podia tocar no seu menino. Este foi muito provavelmente o inicio do fim… Acabaram-se as belas reguadas, os bons puxões de orelha, as sempre repentinas galhetas, tudo verdadeiros “abre-olhos”. Coitada da professora que apenas pretendia educar usando ou não todo o seu arsenal bélico de réguas e reguinhas. Claro que o “Chico” a partir daquele momento tornou-se numa verdadeira “peça”. Coitado do menino…

Desde então muito se passou ao ponto de hoje as mamas (não qualquer uma) virem à televisão dizer que o seu menino apanhou “tautau” num dos mais reconhecidos colégios portugueses. Será que o seu menino não é um tenrinho que nunca lhe faltou nada na vida e nunca foi contrariado ou sequer levou umas palmadas no rabo?

Se o seu filho é um “sensível”, porque será que o colocou no Colégio Militar? Porque o seu “status social” a obriga? Porque um bom percurso no Colégio Militar é uma porta aberta para uma carreira de oficial ou mesmo para a sua profissão ideal? Ou será por vivermos no país do “Quem Indica”?

Se mandou o seu filho para um colégio que é militar já devia saber que na tropa há “vários rituais de grande exigência física e psicológica”, e separo desde já, tal como a procuradoria de Lisboa que “faz a distinção entre os castigos com fins educativos, inseridos no poder-dever de educação e correcção… e as situações de crime de maus tratos”.

Se o seu filho é um “sensível”, porque será que não o coloca em escolas onde alunos ameaçam outros com facas, onde são agredidos “porque sim!” e onde são assaltados?

Sabe porquê? Porque muito provavelmente também lhe faltou um par de galhetas ou que, de vez em quando, lhe tivessem dito um NÃO.

E assim são feitos muitos dos homens e mulheres de hoje.

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